21/11/2017

Maçonaria - Os Graus Filosóficos

Aspectos Gerais dos Graus






OFICINA KADOSH - OS GRAUS FILOSÓFICOS

Os Graus Filosóficos são aqueles Graus Concedidos pelos Conselhos de Kadosh e que estão compreendidos entre os Graus 19 - Grande Pontífice e 30 - Cavaleiro Kadosh. São transmitidos por Iniciação os Graus 19, 22, 25, 28 e 30; os demais são transmitidos por comunicação. 
São os seguintes os Graus Filosóficos:

19 - Grande Pontífice ou Sublime Escocês
20 - Soberano Príncipe da Maçonaria ou Mestre Ad Vitam
21 - Noaquita ou Cavaleiro Prussiano
22 - Cavaleiro do Real Machado
23 - Chefe do Tabernáculo
24 - Príncipe do Tabernáculo
25 - Cavaleiro da Serpente de Bronze
26 - Príncipe da Mercê ou Escocês Trinitário
27 - Grande Comendador do Templo
28 - Cavaleiro do Sol
29 - Grande Cavaleiro de Santo André
30 - Cavaleiro Kadosh

Neste conjunto de Graus acontece uma coisa interessante, pois pela primeira vez na Maçonaria é dispensado o uso de Avental, uma vez que nos Graus 19, 29 e 30 não há a presença deles. Também os Irmãos do Grau 31, em Loja do Grau 31, não usarão Avental, bem como não existe Avental para o Grau 33.




Grau 19: Grande Pontífice 

Também conhecido por Sublime Escocês, este Grau inicia a escalada hierárquica dos Graus Filosóficos que vão do 19 ao 30. O Grau remonta ao Apocalipse de São João, exatamente no trecho em que é dada a visão da Nova Jerusalém ou Jerusalém Celeste (Apo. 21).
Arrebatado em espírito da ilha de Patmos, na Grécia, onde cumpria exílio, João teve as visões da Revelação e, no Capítulo 21, trata da Nova Jerusalém, que é descrita com detalhes, inclusive com a Árvore dos Doze Frutos. A cidade parece baixar do céu sobre uma nuvem para esmagar a serpente de três cabeças, espécie de hidra de Lema que dominaria o Velho Universo. No Ritual, um quadro representando a Jerusalém Celeste parece baixar do céu. No centro do Templo é erguida uma montanha, à qual o candidato escala deparando-se com um precipício.
O termo pontífice é de origem latina e quer dizer construtor de pontes. Consta que Horácio Cocles, para interceptar o exército persa que estava para invadir Roma, na ponte que conduzia à cidade, resolveu contrapor-se ao inimigo numa cabeceira da ponte, ganhando tempo, enquanto seus soldados destruíam a outra. A ponte ruiu e todos os inimigos caíram no rio Tibre, tendo Horácio se sacrificado pelos seus companheiros e por Roma.
Para comemorar o seu feito, seus companheiros criaram um grupo de defesa e conservação de pontes em Roma, denominados pontífices, cujo chefe era o Sumo Pontífice.
A partir da entrada no Templo o candidato à Iniciação recebe o cetro, escala a montanha e ajuda a medir a Cidade Santa. Depois de diversos diálogos, o Cavaleiro Rosa-Cruz é informado do significado das Doze Estrelas. Após as três viagens, o Três Vezes Poderoso Mestre retorna a falar e o candidato presta o Juramento do Grau, composto de vários compromissos e propósitos. É uma cerimônia longa e complexa que traz inúmeros ensinamentos e lições.
PALAVRA - SAGRADA - Aleluia (louvado, glorificado).



Grau 20: Soberano Príncipe da Maçonaria

Também conhecido por Mestre Ad Vitam ou Grão-Mestre de Todas as Lojas, um dos pontos altos do Grau 20 é relembrar a construção do Templo de Jerusalém. Lembramos que foram três os Templos de Jerusalém, construídos, profanados e destruídos; o primeiro foi o Templo de Salomão, que foi profanado e destruído pela invasão do persa Nabucodonosor. O segundo foi o Templo de Zorobabel, profanado e destruído por Pompeu, Imperador Romano. O terceiro foi o Templo de Herodes, construído pelo Governador de mesmo nome e mandado destruir pelo Imperador romano Tito, no ano 70 da nossa era. Neste Grau referimo-nos à reconstrução do Templo de Jerusalém feita por Zorobabel; portanto, o segundo Templo, cuja história é referida no Grau 15 - Cavaleiro do Oriente ou da Espada, sob as ordens dos reis persas Ciro e Dario.
Este é um Grau Bíblico-templário e a sua lenda refere que os caldeus instituíram no deserto as escolas de tribunos-oradores, cuja incumbência era procurar a verdade e que destas tribunas tiveram origem as diversas doutrinas, como os filósofos, os cabalistas e os Maçons.
Segundo Nicola Aslan este Grau ocupa-se da redenção das massas pela pregação da verdade. O Grau é concedido por comunicação.

PALAVRA - SAGRADA - Rasah Betsijah ou Jehovah (conforme o Ritual).



Grau 21: Noaquita ou Cavaleiro Prussiano 

O termo Noaquita deriva dos descendentes de Noé. O Grau é Bíblico-templário e relaciona-se na parte bíblica à construção da Torre de Babel, com o trágico fim de seu arquiteto, com a salvação de Noé na Arca e com o descobrimento arqueológico na Alemanha, região da antiga Prússia, de uma peça que continha gravada a história da construção da Torre de Babel. Ocorre que os descendentes de Noé, não confiando no novo concerto com o Senhor, resolveram construir uma torre bastante alta para se pôr ao abrigo do novo dilúvio.
O Senhor, apercebendo-se das intenções do projeto, pôs a confusão na língua dos trabalhadores. Babel quer dizer confusão. Phaleg, o arquiteto da Torre de Babel, retirou-se para a região da Prússia, onde erigiu um Templo em forma de triângulo para pedir perdão a Deus.
O desenvolvimento do Grau 21 tem como escopo o combate ao orgulho, à vaidade e ao egoísmo. Phaleg parece ser lendário, como também lendária é a parte do Grau, pois é abandonada a parte bíblica para referir-se aos Juízes do Tribunal de Santa Vehme, aliás, já aludido no Grau 9.
Um cavaleiro chegado das Cruzadas encontrou suas propriedades e herança roubadas por uma transação fraudulenta. Ele apelou ao tribunal da Santa Vehme (Vehmgericht) e um julgamento secreto foi realizado à meia-noite. As provas foram aplicadas ao reclamante e o veredicto mortal da Vehme foi proclamado contra o falsário, havendo a propriedade sido devolvida ao Cavaleiro Cruzado.
Os Noaquitas somente reúnem-se de 28 em 28 dias, isto é, nas noites em que a Lua é cheia.

PALAVRA - SAGRADA - Phaleg (arquiteto da Torre de Babel).



Grau 22: Cavaleiro do Real Machado



Também chamado de Príncipe do Líbano, o Grau 22 pertence à categoria dos Graus herméticos, onde o esoterismo e o misticismo são acentuados.
A lenda do Grau remonta ao Líbano e lembra a utilidade encontrada pela Maçonaria para os cedros do Líbano. Os sidônios eram os encarregados dos cortes dos cedros e foram eles que produziram as madeiras para a Arca de Noé, para a Arca da Aliança e para os Templos de Salomão e de Zorobabel. Os cortadores de cedros organizaram Colégios no Monte Líbano adorando a Deus.
O Grau desenrola-se numa oficina de carpintaria onde um Cavaleiro Prussiano ou Noaquita, 21, apresenta-se aspirando ao título de Príncipe do Líbano, baseado na sua nobreza de nascimento e seu posicionamento social. Seu pedido foi rejeitado, sendo-lhe informado que deveria renunciar à sua posição social e procurar merecer o prêmio a que aspirava através do trabalho com o serrote, a plaina e o machado.
A Iniciação no Grau divide-se em quatro partes, cujos nomes são os seguintes: A Porta do Éden, No Líbano, No Banco de Carpinteiro e Sob o Machado. Após diálogos com o Venerável Chefe, o Neófito, um Cavaleiro Prussiano, Grau 21, é conduzido pelo Mestre-de-cerimônias ao Jardim do Éden, onde é colocado entre as árvores da vida e da ciência, onde se passa o drama do pecado original.
Apaga-se então a Luz do Éden e acende-se a do Templo. O Neófito sentado ouve do Venerável Chefe e do Orador a segunda parte — No Líbano. A tradição dos drusos relata que, expulso do Éden, Adão levou uma muda da Árvore da Vida que, plantada no Líbano, deu origem aos cedros. O Ritual fala da utilidade e da utilização dos cedros e do trabalho de lavrá-los com o machado. E então o Cavaleiro Prussiano levado ao Banco de Carpinteiro, que é uma sala adequadamente preparada, onde se vêem os Obreiros talhando e cortando madeiras.
O Segundo Vigilante narra a lenda que, após o término do Dilúvio, Noé criou a Ordem do Machado, pois para a construção da Arca foram cortados e preparados os mais altos cedros do Líbano. Fala que o Machado, a Serra e a Plaina são os Instrumentos de Trabalho de um Cavaleiro do Real Machado, Príncipe do Líbano, e discorre sobre a simbologia destes instrumentos.
Finda a explanação, o Neófito retira-se e os Obreiros fazem a votação, após o que o Neófito retorna ao Templo e ouve explanação do Venerável Chefe sobre o trabalho e presta o seu Juramento.
O Príncipe do Líbano ou Cavaleiro do Real Machado, no primeiro momento da Iniciação, está armado de um Machado e, na segunda parte, armado com uma Espada.

PALAVRAS - SAGRADA - Noé, Beseleel, Sidônio.




Grau 23: Chefe do Tabernáculo

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Este é um Grau bíblico, que diz respeito à Instituição do Sacerdócio através de Arão (irmão de Noé) e de seus filhos Itamar e Eleazar.
O palco do Grau é o deserto do Sinai, onde as Doze Tribos de Israel ficam acampadas ao redor do Tabernáculo. Moisés e Arão constituem um dos levitas como o primeiro da Hoste dos Guardadores do Templo.
A lenda do Grau refere-se ao candidato, filho de Hiram, que teve a incumbência de destruir o deus crocodilo dos egípcios, derrubando o sanguinolento altar onde holocaustos humanos eram oferecidos do deus Moloc.
Os Cavaleiros Chefes do Tabernáculo são os guardadores das Portas do Tabernáculo e o local onde se desenrolam os Trabalhos do Grau 23 é a câmara que representa o Tabernáculo.
O Tabernáculo, cujo significado etimológico é tenda, foi o primeiro Templo erigido para culto a Deus. Era móvel, pois os judeus estavam em peregrinação de quarenta anos pelo deserto do Sinai, e montado com peles esticadas por meio de postes. Era dividido em três partes: na primeira ficava o povo; na segunda ficava o Sanctum; e, na terceira ficava o Sanctum Sanctorum, onde apenas tinha ingresso o Sumo Sacerdote. A construção do Tabernáculo encontra-se pormenorizadamente descrita em Exo. 40-17,33 e foi o Tabernáculo que serviu de modelo para a construção do Templo de Jerusalém e de inspiração para as igrejas e Lojas Maçônicas.
O Tabernáculo era a morada de IEVE na terra e no Sanctum Sanctorum foi colocada a Arca da Aliança, cuja construção é detalhadamente explicada no livro de Exo. 25-10, 16. No interior da Arca da Aliança, Moisés colocou as novas Tábuas da Lei com os Dez Mandamentos e o testemunho da Aliança de Deus com os homens. Quatro foram as Alianças e Quatro foram os Testemunhos, a saber: o primeiro Pacto foi a criação no homem, o segundo Pacto foi com Noé, e Deus o simbolizou com o Arco-íris, o terceiro Pacto foi com Abraão e foi simbolizado pela circuncisão, e o quarto Pacto foi a entrega dos Dez Mandamentos.
Para a Iniciação é preparada uma Câmara escura com uma mesa no centro, sobre a qual é colocada uma vela e três caveiras, com um esqueleto humano diante da mesa. Esta Câmara chama-se hierarquia.
A Iniciação começa com a preparação do filho de Hiram para o Sacrifício. Após o iniciando meditar diante dos crânios é efetuado pelo Grande Sacrificador um comprido interrogatório.
Findo o interrogatório, a Câmara é iluminada e o candidato recebe um machado, sendo conduzido ao Altar dos Holocaustos, derruba sobre o chão tudo o que se encontra sobre o Altar, à exceção do Candelabro. Incensa o Altar dos Perfumes e dirige-se ao Altar colocado diante do Trono, onde presta o seu Juramento. Importante é que o Chefe do Tabernáculo passa a ser um fiel zelador do cumprimento da Lei, evitando ser ela desvirtuada.


PALAVRAS - SAGRADA - JEOVÁ - Pronunciada por sílabas alternadas.



Grau 24: Príncipe do Tabernáculo

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Este Grau é uma espécie de continuação do Grau anterior, Grau 23, Chefe do Tabernáculo, já que o local e o cenário anterior são novamente mostrados neste. Há uma Loja Maçônica chamada Corte que é dirigida por Moisés, num acampamento do deserto. Existe um candidato que se tornará Sacerdote entre as tribos de Judá e os mistérios estão para ser a ele confiados.
Há a purificação pelo fogo, terra, água e ar. O objetivo do Grau é o estudo da construção do Tabernáculo no seu aspecto místico e espiritual. A base do Grau é judaica e a fonte principal é a Bíblia, onde no livro do Êxodo, capítulos 25 e 26, encontra-se o preâmbulo do mesmo. Os referidos capítulos do livro do Êxodo detalham a construção da Arca da Aliança
e a do Tabernáculo, minuciosamente, pelas informações e visões dadas a Moisés por Jeová.
O autor do Grau foi buscar nestas minúcias detalhes para armar o Templo do Grau 24 - Príncipe do Tabernáculo.
A Câmara do Grau é constituída de duas peças: a primeira é o Vestíbulo e é semelhante a uma Câmara de Mestres-Maçons; a segunda é de forma circular e é chamada de Hierarquia. Há três Vigilantes, que são: Arão, Beseleel e Goliab. Os Trabalhos do Grau são abertos como em qualquer outro Grau e o candidato não bate à porta, pois a mesma encontra-se aberta.
Mas, após a sua entrada, fecha-se. A seguir o Presidente profere um discurso que relembra ao candidato toda a sua Vida Maçônica e os deveres e lições aprendidos em cada um dos Graus anteriores, e transmite ao candidato a perfeita noção do papel de um jurado, pois o levita tem a função de administrar a justiça dos homens inspirado na Justiça Divina e no direito que todos têm de ser julgados corretamente.
Após a locução sobre o papel do jurado, o Recipiendário vai aos três Vigilantes para receber a purificação. Lava e purifica as mãos no Vaso das Abluções, perfuma-se no Altar dos Perfumes e finalmente presta o seu Juramento cuja fórmula contém a defesa da Justiça e a soberania do Jurado.

PALAVRA - SAGRADA - Jehovah (Pronunciada por sílabas).

  



Grau 25: Cavaleiro da Serpente de Bronze

É um Grau Bíblico-Templário transmitido por Iniciação. O Grau foi buscar a sua base em dois fatos históricos e religiosos: o primeiro evoca a história relatada em Números 21-6,19; o segundo evoca a primeira Cruzada. Vamos analisar resumidamente os dois fatos. Em fins do século XI os turcos haviam tomado a Cidade Santa de Jerusalém, criando empecilhos para os romeiros que peregrinavam à Terra Santa. Um homem conhecido como Pedro, o Eremita, percorre a Europa incitando e pregando que os cristãos deveriam pegar as armas para libertar a Terra Santa. Convencido, o papa Urbano II reuniu uma multidão, formando um exército chefiado por Pedro, o Eremita, que, mais entusiasmado que preparado, foi derrotado.
Mas o exército de Pedro, o Eremita, passou a ser o núcleo central da idéia da criação das Cruzadas, que, com o mesmo fim, partiriam da França e da Itália. O nome Cruzada tem origem no fato de que os fiéis utilizavam nas suas vestes uma cruz. Os exércitos cruzados foram comandados pelo Legendário Godofredo de Bulhão, cuja lenda informa que ele alentava os companheiros desanimados e vencidos, orientando-os nos combates, dando-lhes ânimo e entusiasmo e transformando-os em vencedores.
Os Cavaleiros que continuaram a obra de Godofredo de Bulhão fundaram uma sociedade com o título distintivo de Cavaleiros da Serpente de Bronze, que se dedicava à defesa, recepção, assistência e proteção aos peregrinos que visitavam a Terra Santa.
A parte bíblica do Grau de Cavaleiro da Serpente de Bronze tem origem no relato exposto no Livro de Números, Capítulo 21. Num determinado momento da saída do Egito com destino à Terra Prometida, o povo judeu, em face das dificuldades passadas nos 40 anos em que peregrinou pelo deserto, mais de uma vez revoltou-se contra Moisés e o próprio Deus. Numa dessas revoltas, Deus resolveu mandar um castigo em forma de serpentes cujas picadas eram mortais. Com este tormento o povo mais uma vez arrependeu-se e orou. Deus deu então a Moisés instruções para que colocasse numa cruz, em forma de tau, uma serpente de bronze, num local alto e visível e todos os picados pelas serpentes, se olhassem para a cruz, ficariam imediatamente curados.
A serpente é o símbolo da arte de curar. É o símbolo da ciência médica e de toda arte paramédica, como farmácia, odontologia, bioquímica, etc.
A Loja de Cavaleiro da Serpente de Bronze recebe o nome de Corte do Sinai e é decorada em vermelho. Sobre o Trono vê-se um transparente com uma Sarça Ardente e na parte de cima o nome Jeová. No centro da Loja ergue-se uma montanha, tendo em seu cume a cruz em forma de tau com a serpente enroscada.
A câmara recebe iluminação de uma lâmpada colocada por trás do transparente com a sarça. O Presidente, que representa Moisés, não usa Malhete, mas sim Espada, cuja pancada com o punho dá início aos Trabalhos.
Os candidatos ao Grau são repentinamente introduzidos acorrentados na Câmara dos Trabalhos. O Presidente interroga os candidatos nos Graus anteriores, sendo eles absolvidos. Depois são mandados subir no Monte, tarefa que não podem cumprir, pois as correntes atrapalham. Então o Presidente ordena que esfreguem as correntes com ramos de eufórbio, pára que, enferrujando, quebrem-se. O eufórbio é um vegetal que curava as picadas das serpentes. Após a libertação das correntes, o Presidente passa a interrogar os candidatos a respeito do aperfeiçoamento da justiça e do ato de julgar. Na sequência os Neófitos prestam juramento e os Trabalhos são encerrados.

PALAVRA - SAGRADA - Moisés.




Grau 26: Escocês Trintário

Palas
Também conhecido por Príncipe da Mercê, o Grau pertence à categoria dos Graus Templários. Talvez o nome do Grau, Príncipe da Mercê, um tanto anacrônico, tenha origem numa ordem religiosa que se consagrava ao resgate de prisioneiros feitos pelos infiéis na época das Cruzadas.
Já o nome de Escocês Trinitário advém do fato de que os trabalhos do Grau evocam três das cinco Alianças que Jeová fez com seu povo.
Os Trabalhos do Grau desenvolvem-se em uma câmara e o Presidente empunha, no lugar de um Malhete, uma flecha de cores branca, vermelha e verde. A Câmara denomina-se de Terceiro Céu. É de cor verde com colunas brancas e vermelhas, tendo em cada uma um braço que sustenta um candelabro de nove luzes, perfazendo um total de 81 luzes na Câmara.
O Trono está sob um dossel coberto por panos branco, verde e vermelho. Próximo à entrada do Oriente há um pedestal com a Estátua da Verdade. Neste pedestal é guardado um livro cuja capa é das cores já aludidas e a estátua é coberta por véu das mesmas cores do livro. A estátua é o Palladium da Ordem. Palas é um dos nomes de Minerva. Atinge-se a Estátua de Palas por uma Escada de Tríplice Degrau, das cores branca, vermelha e verde, que significam fé, caridade e esperança.
No Terceiro Céu encontram-se ainda 15 Símbolos, assim distribuídos: 
Cinco no Oriente — uma Lança, um Braço armado com um punhal, um Incensório, as Tábuas da Lei e um Triângulo Equilátero Dourado. 
Cinco ao Norte — uma Fogueira, uma Barra de Ouro, uma Coroa de Espinhos, uma Cruz e um Globo Terrestre.
 Cinco ao Meio-dia — uma Estátua de Mercúrio, um Braseiro, uma Tocha, um Anjo sobre uma Nuvem e a Arca da Aliança.
Pelo diálogo da abertura dos Trabalhos ocorrido entre o Presidente e o Primeiro Vigilante, deduz-se que o Grau é dedicado à Reabilitação das classes operárias.
O Cavaleiro da Serpente de Bronze, Recipiendário do Grau 26, adentra à Câmara por passos tortuosos e escala os três lances de escada que conduzem ao Terceiro Céu, em busca da Pedra Filosofal. Em cada degrau recebe informações e instruções a respeito do seu objetivo. A Pedra Filosofal aí referida não é a dos Alquimistas que transmutava metais ordinários em ouro, mas, sim, aquela que transmutará a Humanidade.
Após a descida da escadaria o candidato submete-se a um interrogatório, o que é uma constante nos Graus Filosóficos, findo o qual o Presidente pergunta: "Por que o candidato aspira ascender ao Terceiro Céu?". O Experto dá a resposta de que ele deseja encontrar a Pedra Filosofal. Após, o Presidente determina que seja descerrada a Estátua de Palas e o Guardião do Palladium toma o livro que está dentro do pedestal e lê o seu conteúdo, cuja expressão é de ordem moral e ética.
A seguir, o Neófito é levado diante do Altar do Presidente, diante de quem presta o Juramento do Grau. Via de regra o Grau é transmitido por comunicação, sendo dispensada a maioria das formalidades acima, o que é uma pena.

PALAVRA - SAGRADA - Jehovah - Resposta - Jakin.




 
Grau 27: Grande Comendador do Templo


Também conhecido por Soberano Comendador do Templo de Jerusalém. É um Grau notadamente Templário e de certa forma introduz o Grau 30 - Cavaleiro Kadosh, dando a impressão de que são continuados.
A Ordem do Templo era uma das instituições mais ricas, poderosas e famosas da sua época, pois, além dos despojos de guerra adquiridos nas batalhas contra os infiéis, recebia ainda as benesses dos poderosos.
A Ordem foi codificada e organizada por São Bernardo e no início da sua existência contou com a aliança e colaboração da Igreja e como consequência com o beneplácito de inúmeros monarcas.
O rei da França, Felipe, o Belo, acordado com o papa Clemente V, e ambicionando as riquezas acumuladas pelos Templários, determina o fim da Ordem, o confisco do seu patrimônio e a prisão de seus líderes.
Jacques de Molay, então Grão-Mestre dos Templários, foi torturado e condenado à fogueira da Inquisição. Na sua agonia, Jacques de Molay bradou emocionadamente: "Nekam Adonai, convoco o Rei e o Papa a comparecerem perante Deus no prazo de um ano!". No mesmo ano, ambos morreram!
A parte bíblica do Grau remonta à reconstrução do Templo de Jerusalém por Zorobabel, dizendo a lenda que foi constituída a Ordem dos Comendadores do Templo para transmissão de mistérios iniciáticos aos israelitas. Os Trabalhos do Grau 27 desenvolvem-se em uma câmara chamada de corte.
A comunicação do Grau é feita através de um longo interrogatório de Leis, como se referisse aos poderes de uma nação constituída. Findo o interrogatório, o Recipiendário faz o seu Juramento e recebe os mistérios do Grau.

PALAVRA - SAGRADA - I.N.R.I.


 

Grau 28: Príncipe Adepto

Também conhecido por Cavaleiro do Sol, é um Grau eminentemente hermético e cabalístico, complicado e sempre transmitido por Iniciação. Nem sempre os Graus subsequentes do Rito Escocês Antigo e Aceito são uma continuação do anterior. Na maioria das vezes são Graus totalmente independentes, embora com algumas exceções. No caso presente parece haver uma continuidade complementar do Grau 22 - Cavaleiro do Real Machado e do Grau 26 - Escocês Trinitário.
O Grau pretende demonstrar que Deus não manifestado é a Razão Pura e que Deus manifestado é a própria Natureza e que o Grande Segredo é a passagem do invisível para o visível, no entender de Nicola Aslan.
A lenda do Grau remonta ao Jardim do Éden, que era o Paraíso Terrestre citado no livro de Gênesis. O Candidato ao Grau recorre à Verdade, aos Querubins e aos Silfos. A busca é o Grande Segredo que deverá fazer imperar a Razão sobre a Terra.
Nos Rituais mais completos o desenvolvimento do Grau dá-se em quatro câmaras, a saber: 
a primeira é uma caverna,
a segunda é forrada de preto,
a terceira é forrada de vermelho 
e a quarta, de azul.
O Presidente representava Adão, o único Vigilante é a Verdade, mais sete membros são os Querubins que formam o Conselho e mais cinco Irmãos são os Silfos. Os Querubins representam os Arcanjos Planetários e os Silfos são espíritos elementais do ar.

Os Querubins, os respectivos planetas governados e cores, são:

Miguel - Saturno - Negro
Gabriel - Júpiter - Alaranjado
Uriel - Marte - Vermelho
Zaraiel - Sol - Dourado
Hamaliel - Vênus - Verde
Rafael - Mercúrio - Azul
Tsafiei - Lua - Prateado

Os Querubins são os Arcanjos Planetários, também conhecidos por Malakins e são da tradição mística judaica. Os Malakins trazem uma espada na mão, pois são os Guardiões do Santuário. No Altar de cada um deles há uma lâmpada da respectiva cor planetária.
Cabe lembrar que eram estes os planetas conhecidos na Antiguidade e que para os efeitos astrológicos e cabalísticos o Sol e a Lua também são considerados planetas, embora na realidade sejam uma estrela e um satélite.
O nome Cavaleiro do Sol é uma alusão à profunda consideração que a Maçonaria tem para com a maior glória do Criador. Parece que assim como o Sol propicia as quatro estações na natureza, também afeta psíquica e espiritualmente o homem, que passa a ter as suas estações espirituais. Cabe, todavia, esclarecer que o Grau de Príncipe Adepto ou Cavaleiro do Sol não é um mero objeto de adoração irracional e idolatra ao Sol, mas sim uma forma de prestar culto à natureza, que é a Verdade Manifestada.
A Iniciação no Grau de Príncipe Adepto dá-se numa caverna, que é iluminada por um foco de luz colocado ao Oriente, simbolizando o Sol, que está coberto por um véu. O teto da caverna representa o céu estrelado.
No centro do Templo, o Santuário é colocado sete altares menores representando os sete planetas, nos quais sentam os Arcanjos Governadores acima referidos. Na entrada do Templo, fica de um lado uma pomba e do outro, um corvo. Há também, a noroeste, um quadro de dupla face. Numa delas está a Estrela de Davi com um Sol em seu centro e com um dos nomes de Jeová; na outra há uma coroa de louros tendo na parte superior um laço de fita e no centro um coração alado. A sudeste há uma gravura representando um pórtico, onde o Bom Pastor sobe sete degraus com um cordeiro às costas. O Orador senta-se perto do Trono e tem a Tábua das Esmeraldas em seu poder. A Tábua das Esmeraldas é a síntese das obras de Hermes Trimegisto. Como vimos, o Presidente tem o título de Adão, Pai dos Pais, e traz na mão um cetro azul com um globo dourado. No pescoço tem uma fita azul da qual pende uma Joia que é um Sol Dourado. Há apenas um Vigilante, o Irmão Verdade, que traz ao pescoço uma fita da qual pende um triângulo com um olho no centro. Traz nas mãos um bastão branco em cuja extremidade há um olho dourado.
Para Iniciação ao Grau de Cavaleiro do Sol ou Príncipe Adepto, o Templo estará apenas iluminado pelas lâmpadas coloridas dos Malakins. Os candidatos, Irmãos do Grau 27 - Cavaleiros Comendadores do Templo são considerados filhos das trevas e preparados no átrio pelo Mestre-de-Cerimônias, que lhes explica as declarações que terão de prestar.
Após a entrada, entre colunas, os candidatos ouvem a mensagem que o Presidente emite para eles a respeito do esoterismo do Sol. Finda a mensagem, um dos candidatos é conduzido ao Trono onde se apresenta como um idealista para lutar ao lado do bem. Segue-se então a Cerimônia de apresentação do candidato aos sete Malakins. Há um diálogo com cada um deles e a posição de um paramento da respectiva cor planetária, sendo que ao final da apresentação o candidato estará trajado de sete túnicas coloridas, tendo as mãos amarradas e a cabeça coberta por um véu negro.
Desta maneira ele é conduzido para entre a pomba e o corvo, onde ouve a explanação do Orador a respeito das Obras de Hermes Trimegisto.
Então, os Neófitos prestam os seus Juramentos e o Mestre-de-Harmonias executa o Hino do Sol ou música apropriada.
Após breve locução final do Presidente, os Neófitos são revestidos das suas insígnias e recebem os mistérios do Grau.


PALAVRA - SAGRADA - Adonai - Resposta - Abrac (meu pai).


 


Grau 29: Grande Escocês de Santo André da Escócia


Também conhecido por Patriarca das Cruzadas ou Cavaleiro do Sol ou Grão-Mestre da Luz, é um Grau transmitido por Iniciação, cujo conteúdo é de Ordem Templária e induz o candidato ao Grau de Cavaleiro Kadosh, Grau 30. A origem do Grau remonta à fusão das Ordens Militares vindas das Cruzadas com a Maçonaria.
Santo André, um dos doze Apóstolos de Jesus, foi sacrificado por pregar o Cristianismo. Para o seu martírio foi utilizada uma cruz em formato de X (Cruz de Santo André).
O Cavaleiro do Sol ou Príncipe Adepto (Grau 28), com vistas à sua Iniciação ao Grau 29, é recebido e apresentado pelo introdutor dizendo que aspira entrar para a Jerusalém Celeste que resplandece na Câmara onde se realizam os Trabalhos do Grau 29. 
É informado que na antiguidade o Grau era dedicado às Belas-Artes, tais como pintura, música, escultura, poesia, cortesania, simbolismo, ceticismo, gastronomia, ginástica, estética, oratória e gramática. 
Recebe ainda informações sobre o luxo e a forma luxuosa como foi concebida a Jerusalém Celeste e descreve a cidade conforme diz o Apocalipse.
O luxo aí referido é o luxo no sentido do aformoseamento estético e da higiene. O luxo que prolonga ao invés de destruir. Fala sobre os sete Anjos e sobre os Anjos que encimavam os portais da cidade (doze Anjos). Lembramos que no Grau 19 - Grande Pontífice, a Jerusalém Celeste já havia sido descrita, mas aqui, mais uma vez é descrito cada um dos doze bairros da cidade e o seu centro.
Após, os candidatos fazem o seu Juramento e os Trabalhos são encerrados. Como dissemos, o Grau 29 - Grande Escocês de Santo André da Escócia - é uma preparação para o Grau 30 - Cavaleiro Kadosh.

PALAVRA - SAGRADA - Nekamah.



 
 
Grau 30: Cavaleiro Kadosh

O Grau 30 - Cavaleiro Kadosh ou Cavaleiro da Águia Branca e Negra ou Grande Inquisidor ou Grande Eleito, encerra a série dos Graus Filosóficos, isto é, os Graus concedidos pela Oficina do Conselho de Kadosh, que vão do Grau 19 (Grande Pontífice ou Sublime Escocês) ao Grau 30 (Cavaleiro Kadosh). Dos Graus compreendidos entre o 19 ao 30, são concedidos por Iniciação os Graus 19,21,22,29 e 30; os demais são transmitidos por comunicação.
O Grau de Cavaleiro Kadosh (30) apresenta uma Iniciação Tríplice: 
1º - a Iniciação no Grau de Cavaleiro do Templo; 
2º - a Iniciação no Grau de Cavaleiro da Águia Branca e Negra e 
3º - a Iniciação no Grau de Cavaleiro Kadosh. 
A exemplo do Grau 9 (Cavaleiro Eleito dos 9), este Grau também é dedicado a uma vingança. Só que desta vez o motivo da vingança não é lendário, é histórico e verdadeiramente existiu. Trata-se do assassinato, na fogueira, do último Grão-Mestre da Ordem dos Templários - Jacques de Molay, por ordem do papa Clemente V e do rei da França, Felipe, o Belo. Daí, a presença da tiara papal e da coroa real em duas das caveiras do sepulcro. O Grau de Cavaleiro Kadosh é um Grau nitidamente Templário.


Jacques de Molay
 
  
PALAVRA - SAGRADA - Nekam-Adonai (vingança, Senhor).

 

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Um dos Princípios do Caminho Óctuplo de Buda era:
Palavra Correta.