21/11/2017

Maçonaria - Os Graus Capitulares

Aspectos Gerais dos Graus





OS GRAUS CAPITULARES


São todos aqueles compreendidos entre os Graus 15 e 18 e concedidos por um Capítulo. Destes Graus o mais importante é o 18 - Cavaleiro Rosa-Cruz, considerado até o século XVIII como o coroamento final do Sistema Escocesista, e no qual todos os Ritos conhecidos e que possuíam Altos Graus terminavam.
São os seguintes os Graus que compreendem o conjunto dos Graus Capitulares:

15 - Cavaleiro do Oriente ou da Espada
16 - Príncipe de Jerusalém
17 - Cavaleiro do Oriente e do Ocidente, e
18 - Cavaleiro Rosa-Cruz


Destes quatro Graus Capitulares, o 15 - Cavaleiro do Oriente ou da Espada e o 18 - Cavaleiro Rosa-Cruz são transmitidos por Iniciação e os dois intermediários, 16 - Príncipe de Jerusalém e 17 -Cavaleiro do Oriente e do Ocidente, por Comunicação.
Dos Graus Capitulares, dois deles são idênticos a Graus do Rito Moderno, quais sejam, o Grau 15 do Rito Escocês é idêntico ao Grau 6 do Rito Moderno e o Grau 18, idêntico ao Grau 7.



Grau 15: Cavaleiro do Oriente

Jerusalém havia sido invadida pelos soldados de Nabucodonosor e o Templo de Jerusalém, construído por Salomão, foi profanado, saqueado e destruído. Os israelitas foram levados como escravos e dentre eles o rei Joconias. Passaram-se 70 anos e Ciro substituiu a Nabucodonosor no trono da Pérsia e Zorobabel, filho de Joconias, obtiveram de Ciro a libertação e autorização para os judeus reerguerem o Templo de Jerusalém.
Note-se aí que seria o segundo Templo, posto que o primeiro, construído por Salomão, havia sido destruído. Este Templo entrou para a história como Templo de Zorobabel. O Grau é bíblico e histórico. Diz a lenda que durante a invasão de Nabucodonosor alguns judeus fugiram para o Egito, onde refugiaram-se. Depois voltaram a Jerusalém onde, nas ruínas do Templo, reuniram-se em conselho. Eis que se aproxima um estranho que se faz reconhecer dando a Palavra Sagrada e identificando-se como Zorobabel. O Chefe do Conselho narrou a ele as aflições do povo e a vontade de reconstruir o Templo.
Zorobabel fez então viagem a Babilônia e conseguiram de Ciro a libertação dos judeus e a autorização para reconstruir o Templo. Inicialmente, Ciro tentou de todas as formas barganharem com Zorobabel sua autorização, com a troca por segredos, firmemente resistido por este. Ciro convenceu-se e, comovido com a firmeza de Zorobabel, deu a autorização, libertou os judeus cativos, devolveu os Vasos Sagrados do Templo que haviam sido presas de guerra e, finalmente, fez de Zorobabel Príncipe da Pérsia e governador de Judá. Zorobabel iniciou a reconstrução do Templo com sete mil operários, fato que enciumou aos samaritanos (habitantes da Samaria) que haviam construído o seu próprio Templo.
Em face deste ciúme os judeus tinham de trabalhar com a Trolha numa mão e a Espada na outra. O Grau enfatiza a resistência da razão.

 
Construção do Templo de Zorobabel

PALAVRA - SAGRADA - Raphodon (Senhor consolador).



Grau 16: Príncipe de Jerusalém

De certa forma este Grau é uma continuação do anterior, o que nem sempre acontece com os Graus Superiores. Zorobabel estava reedificando o segundo Templo e, como sabemos as nações vizinhas e principalmente os samaritanos perturbavam a construção, fazendo com que os Obreiros tivessem de trabalhar com a Trolha numa mão e a Espada na outra. Os inimigos procuravam também fazer chegar a Dario, rei da Pérsia e sucessor de Ciro, cerrada oposição, de modo a procurar colocá-lo contra os judeus e fazer parar a construção. Um grupo de embaixadores, composto por quatro Cavaleiros do Oriente ou da Espada, procurou, por meios diplomáticos, contatar Dario, para interceptar a campanha oposicionista, neutralizando-a para pedir a sua proteção aos judeus.
A princípio Dario os fez receber acorrentados, mas, ouvindo a apresentação de Zorobabel, foram soltos. Dario, ouvindo os argumentos, expediu um decreto condenando à crucificação todo àquele que interferisse com a construção. Os samaritanos submeteram-se a Israel e passaram a pagar tributos a este Estado. Para ministrar a justiça, Zorobabel nomeou cinco juízes, concedendo-lhes o título de Príncipes de Jerusalém.



PALAVRA - SAGRADA - Adar (nome do 122 mês). - Resposta: Esrim Schlasch (23º dia).



Grau 17: Cavaleiro do Oriente e do Ocidente

Este Grau ensina que, após a tomada de Jerusalém pelos romanos, os israelitas deixaram a Judéia, indo para os desertos, onde passaram a constituir a Ordem dos Essênios. O Grau é apocalíptico e na sua transmissão faz alusão ao Apocalipse de São João ou ao Livro da Revelação, sendo o primeiro dos Graus que remontam ao Novo Testamento. O Grau também é conhecido como Cavaleiro do Oriente ou do Apocalipse.
Os trechos do Apocalipse referidos no Ritual são a passagem dos quatro cavaleiros (a conquista, a guerra, a morte e a fome).
O número sete é uma constante no Ritual. Fala do Livro dos Sete Selos, das Sete Trombetas, das Sete Estrelas, dos Sete Candelabros, e sete letras têm as Palavras Sagradas e de Passe do Grau.
A ordem dos Essênios, com a especialidade na arte de curar, também faz parte da história do Grau que, enfim, descreve a história dos Cavaleiros das Cruzadas, que, ao regressarem da Terra Santa, fundam e organizam a Ordem dos Templários. Os Cavaleiros do Oriente eram aqueles que permaneciam no Oriente.

Essênios


PALAVRA - SAGRADA - Abaddon (destruição).



Grau 18: Cavaleiro Rosa-Cruz




Também chamado de Cavaleiro da Águia Branca ou Cavaleiro do Pelicano, é um Grau especial, primeiramente pelas coisas de que trata, depois porque foi o último dos Graus nos Ritos que contam com Altos Graus.
O Rito Escocês adotou por inteiro o Cerimonial do 1- e último Grau do Rito Moderno, uma vez que o Grau no Escocesismo original, Cavaleiro Rosa-Cruz de Kilwining e Heredon, exigia muita complicação para o Cerimonial de Iniciação, inclusive uma sala com sete câmaras. O Grau pertence à categoria dos Graus Gnósticos e Superiores, sendo consagrado à vitória da luz sobre as trevas, ao Culto Evangélico e ao advento de Cristo, à encarnação do Verbo.
A Loja funciona em três salas que representam os três planos pelos quais transitam os candidatos, quais sejam a morte, o plano astral e a ressurreição. É um Grau extremamente místico e esotérico e, via de regra, só é transmitido às Quintas-feiras Santas, embora todo o Cerimonial seja inteiramente judaico. Ao final dos Trabalhos é realizada a Ceia dos Cavaleiros Rosa-Cruz, erroneamente chamada de Santa Ceia, pois é um Kidush igual ao que Cristo teve na sua Última Ceia, que passou à história como Santa Ceia. A Ceia da Iniciação é a Ceia dos Cavaleiros Rosa-Cruz.
O Kidush é uma refeição mística elaborada pelos judeus na véspera de uma festa religiosa ou na véspera do sábado.

PALAVRA - SAGRADA - Dar alternadamente as letras INRI (Jesus Nazareno Rei dos Judeus ou o fogo renova a natureza toda).



A Escada do Rito Escocês


 

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Um dos Princípios do Caminho Óctuplo de Buda era:
Palavra Correta.