28/11/2017

Maçonaria - Graus 31, 32 e 33



- CONSISTÓRIO DOS PRÍNCIPES DO REAL SEGREDO

 

 



Grau 31 Grande Juiz Comendador

O 31º Grau ou o primeiro do Consistório dos Príncipes do Real Segredo, também conhecido por Inspetor Inquisidor Comendador ou Inspetor Inquisidor, é um Grau nitidamente religioso, com reminiscências no Livro dos Mortos da cultura egípcia. Apesar de ser considerado  um Grau Administrativo, não tem nada disso, sendo na realidade, como veremos, de conteúdo esotérico, conservando uma doutrina gnóstica.
Após a abertura ritualística dos Trabalhos, ouve-se lá fora o som de uma trompa, fazendo com que o Verdadeiro Conde (Presidente do Tribunal) determine ao Preboste que faça  a verificação do que se passa.
Trata-se de Cavaleiros Kadosh (Grau 30) que pretendem ser recebidos no Tribunal da Santa Veheme para buscar justiça e para dele participarem.
Os Cavaleiros Kadosh queixam-se da situação da Ordem dos Templários e do assassinato de Jacques de Molay, sendo então admitidos no recinto do Tribunal da Santa Veheme. Segue-se um diálogo sobre o tema crimes judiciários, sendo mencionados inúmeros personagens no decorrer da conversação, dentre eles: Comendadores D'Aumont e Harris, Alberden, Walter de Clifton, Roberto Bruce, Larminius, Clemente V, Joana D'Are, João Huss, Savonarolla, Giordano Bruno, Vanine, Etiene Bolet, Calas, La Barre, Carlos Magno, Oton, Frederico II, Henrique IV, Gregório VII e outros.
Fala-se ainda nos Tribunais Malditos — a Santa Inquisição, o Tribunal de Sangue da Holanda, a Câmara Estrelada da Inglaterra e os Tribunais Revolucionários da França. É ressaltada a injustiça dos crimes judiciários, como os crimes contra a liberdade de consciência, de pensamento e crimes políticos, deixando-se claro que a história apenas registrou os casos mais retumbantes, mas que, sem dúvida, os casos anônimos foram inúmeros.
Há, no final do diálogo, consideração elogiosa à justiça praticada pelo Tribunal da Santa Veheme.
Convém lembrar que a Cena do Julgamento de Osíris não é o julgamento de Osíris, mas sim um julgamento feito por Osíris.
Osíris não é julgado. É juiz!
Resumidamente, o Julgamento de Osíris é o seguinte:
Após a sua morte, o espírito do morto é conduzido pela Barca Solar, apresentando-se na Sala da Justiça, à presença de Osíris, para fazer o seu relato confessional. Após este ato, seu coração é depositado num prato da Balança de Osíris e no outro é colocada uma pena de avestruz, Símbolo da Deusa Verdade. A pesagem é presidida por Osíris e verificada por Hórus e Anúbis. O peso é anotado por Thot e Osíris pronuncia a sentença, Ísis e Nefites assistem à cena por trás de Osíris. Caso haja absolvição, a alma do morto é absorvida por Osíris; caso contrário, a alma será devorado pelo monstro que de frente assiste a toda a cena. Participam do episódio descrito oito personagens e a lenda é muito detalhada no Livro dos Mortos.




A Santa Veheme
É conveniente dizer alguma coisa sobre a Santa Veheme, muito referida no Ritual do Grau 31 e por diversas vezes falada anteriormente.
Sob todos os pontos de vista, a Idade Média foi um período de trevas para a humanidade. Muitos crimes hediondos foram cometidos em nome de ideais políticos pelo despotismo e até em nome de Deus, como foi o caso da Inquisição. Condenava-se por crimes de ideias e de pensamento e o obscurantismo e os erros grassavam.
Para combater os verdadeiros crimes contra Deus, a Lei e a Honra, Carlos Magno ou Carlos I dos Francos criou o Tribunal da Santa Veheme, donde exaravam decisões rápidas e extremas.
Com o passar do tempo o Tribunal da Santa Veheme deturpou-se, caindo na ilegalidade, considerando alguns que continuou a atuar na clandestinidade.


Grau 32 - Sublime Cavaleiro do Real Segredo, Soberano Príncipe da Maçonaria

 
Este Grau, pertencente à série dos chamados Graus Administrativos, tem conotação militar; portanto, características Templárias.
A Lenda do Grau 32 remonta à formação de um exército para reconquistar Jerusalém e lá edificar o quarto Templo, já que os três anteriores haviam sido profanados e destruídos. As forças reunidas deveriam estar acantonadas em Nápoles, Malta, Rodes, Chipre e Jafa. Os combatentes seriam reunidos e postos em marcha mediante o ribombar de um tiro de canhão desfechado pelo comandante. Esta lenda tem origem no Rito de Heredon, mais precisamente no Grau 25.
O Grau 32 é uma espécie de condensação e recapitulação de todos os Graus precedentes, numa espécie de preparativo para o 33º e último Grau do Rito Escocês Antigo e Aceito. Segundo Rizzardo da Camino, a finalidade do Grau 32 é formar homens mais iluminados, mais fortes, que aspirem a trabalho individual, dirigido ao bem comum.

O Painel do Grau
Cabe um ligeiro comentário sobre o Painel do Grau do Sublime Cavaleiro do Real Segredo, Soberano Príncipe da Maçonaria, que enfeixa Símbolos representativos de todos os Graus do Rito Escocês Antigo e Aceito, representando o Acampamento, o qual é detalhado pelo Orador, durante o Cerimonial de Iniciação ao Grau.
Trata-se de um eneágono que circunscreve um heptágono, que por sua vez circunscreve um pentágono, no qual está inscrito um triângulo com um círculo no meio e uma Cruz de Santo André no centro deste. É um grupo de seis figuras geométricas concêntricas. 
Em cada face das figuras geométricas apresentadas encontramos Símbolos representativos dos diversos Graus do Rito Escocês Antigo e Aceito, conforme abaixo:
Em cada face externa do eneágono há uma tenda com uma bandeirola e, nos ângulos do mesmo, uma bandeira maior. Cada tenda representa um acampamento completo e é ocupada pelos Maçons dos Graus 1 ao 18, ou sejam: as Lojas Simbólicas, as Lojas de Perfeição e os Capítulos.
Quanto ao heptágono, antigamente representava o acampamento dos Príncipes do Líbano. Nos Rituais atuais fica vazio.
Em cada ângulo do pentágono há uma bandeira que representa o acampamento do Conselho de Kadosh, Graus 19 e 30.
No círculo acampam os Grandes Inspetores Gerais e, no centro deste, na intersecção dos braços da cruz de Santo André, fica a tenda do Soberano Grande Comendador.



Painel do Grau


Visão Panorâmica da Iniciação
Após a introdução dos Neófitos no Templo o Orador relata aos mesmos a Lenda do Grau e todas as disposições e o significado das tendas e seus componentes, bem como os significados cabalísticos dos Graus precedentes que são explicados em resumo, para em seguida introduzir os Neófitos na Cripta.
Atrás do Trono, ao fundo do Templo encontra-se a Cripta, isolada por um véu. Dentro dela há nove Colunas com cerca de um metro a um metro e meio de altura, encimadas pelos bustos das figuras que compõem a Cripta, a saber: Confúcio, Zaratrusta, Buda, Moisés, Hermes de Trimegisto, Platão, Jesus e Maomé. Na nona Coluna, que fica no centro, há uma estrela que simboliza o Amanhã, e que representa os avatares futuros de todas as crenças e esperanças da humanidade.
Cada um dos nove personagens faz uma breve preleção aos Neófitos, com profundo conteúdo filosófico e esotérico. São as vozes da sabedoria do passado e a intuição do futuro.
Após, há um breve diálogo invocando os Graus 30 e 31, terminando com pinceladas sobre a  moderna psicologia, quando são referidos os pais da mesma, Emerson, Willian James Maeterlinck. Seguem-se o Juramento do Grau e o encerramento da Sessão.


 - SUPREMO CONSELHO

 

 

Grau 33 - Soberano Grande Inspetor Geral

O Grau 33 é o último Grau da escalada hierárquica do Rito Escocês Antigo e Aceito. É um Grau Administrativo e em seu ensinamento não contempla nenhuma lenda, tratando-se mais de uma espécie de coroação final do caminho percorrido anteriormente. É uma forma de graduar-se no Rito.
Foi no dia 31 de maio de 1801 que Morim iniciou e investiu a sete Soberanos Grandes Inspetores Gerais, criando em seguida, na Carolina do Sul, em Charleston, o Supremo Conselho Mater do Mundo.
A rigor não se concede o Grau 33, conforme se faz nos demais Graus do Rito, mas, sim, investe-se o candidato no Grau 33, investidura esta que se processa em Sessão Solene do Supremo Conselho, presidida pelo Soberano Grande Comendador.


Visão Panorâmica da Iniciação ao Grau 33
A Investidura no Grau 33 dá-se em Sessão Formal e Solene do Supremo Conselho, presidida pelo Soberano Grande Comendador. O candidato entra no Templo descalço, e com uma tocha acesa na mão direita, conduzido pelo Grande Mestre-de-Cerimônias, mediante uma corda que lhe é amarrada ao pescoço.
Faz giros entre o Altar dos Perfumes e o Trono e mergulha as mãos no mercúrio.
Sempre que passa frente ao Trono faz uma parada onde lhe são transmitidas mensagens pelo Soberano Grande Comendador.
Em seguida presta o seu Solene Juramento e beija três vezes o Livro da Lei e a Espada, sendo consagrado e revestido, ou melhor, investido do Grau 33, recebendo das mãos do Soberano Grande Comendador a Faixa, a Jóia e a Fé. 




 

Decoração do Templo do Supremo Conselho
E decorado em púrpura, com esqueletos e ossos pintados ou bordados em prata. A Loja chama-se Conselho Supremo e o Presidente representa Frederico II, da Prússia.
O Oriente fica a cinco degraus de altura, onde está o Trono do Soberano Grande Comendador, que está sob um Dossel também púrpura e engalonado de ouro. Sob o Dossel destaca-se uma estrela de nove pontas formada pelo arranjo de três triângulos durados entrelaçados, decalcada sobre um transparente. Nas pontas da estrela encontramos as letras que formam a palavra latina Sapientia e em seu centro está inscrito o tetragrama hebraico Iod He Vau He.
Em frente ao Dossel há uma águia bicéfala da cor dourada que segura em suas garras uma espada, na qual existe uma faixa onde se lê a expressão latina Deus Meumque Jus, cuja tradução é: "Deus e o meu direito".
Sobre as cabeças da águia há uma coroa dourada e um triângulo radiante com a letra hebraica Iod em seu centro.
Ladeando o Trono estão 32 (trinta e dois) estandartes representativos dos 32 Graus que precedem o Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito, nas cores de cada um deles.
À frente do Trono encontra-se um Altar Triangular forrado de carmim.
O Trono do Lugar-Tenente Comendador encontra-se no Ocidente sob um Dossel de púrpura bordado em ouro. Na frente há o desenho de uma fênix, renascendo do fogo, e sobre as chamas estão inscritas as letras INRI. Embaixo há uma faixa branca com a expressão latina Ordo Ab Chao, que significa: "A Ordem Saída do Caos".
Ainda defronte do Trono do Lugar-Tenente Comendador há também um Altar revestido de púrpura, que porta o Livro da Lei e sobre este uma Espada atravessada. O Livro da Lei encontra-se aberto no Evangelho de São João. O Lugar-Tenente Comendador representa Felipe de Orleans.
À direita do Altar há a figura representativa de um esqueleto que segura na mão direita o estandarte do Supremo Conselho e na mão esquerda um punhal em posição de ataque. Do lado oposto encontra-se o Altar dos Perfumes e ao seu lado um recipiente com mercúrio, onde os candidatos mergulharão as mãos durante a Iniciação.
O Templo é iluminado por 11 luzes. Cinco no Oriente, três no Ocidente, duas no Sul e uma no Norte.

3 comentários:

  1. "Mago Gomes":

    "É decorado em púrpura, com esqueletos e ossos pintados ou bordados em prata..."

    É completamente inútil replicar uma informação deste tipo publicamente para não Profanos (não iniciados). Tudo que isto faz é alimentar a ignorância e fanatismo de religiosos, sobretudo os de corrente evangélica e paranoicos da "Nova Era" que utilizam tais informações de forma totalmente mal intencionadas e desconexas para atacar a Maçonaria.

    Não recomendo-lhe replicar estes tipos de informações no blog. Restrinja as publicações a temas de cunho exotérico, para não contribuir para a profanação e desrespeito a Ordem, por parte de Profanos.



    Ass. Medina

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  2. , MATERIAL OTIMO , Nao ha nada a ser escondido, nao mas, corpo depois espirito eh sim espirito precede Materia.
    PARABENS

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Um dos Princípios do Caminho Óctuplo de Buda era:
Palavra Correta.