21/11/2017

Maçonaria - Os Graus Simbólicos

Aspectos Gerais dos Graus






Estrutura da Franco-Maçonaria




OS GRAUS SIMBÓLICOS


Compreende o Simbolismo os três primeiros Graus da escalada hierárquica de todos os Ritos Maçônicos, quais sejam: Aprendiz, Companheiro e Mestre Maçom.
Os Graus Simbólicos precedem os Graus Filosóficos ou os Altos Graus e são administrados pelas Potências ou Obediências Simbólicas, tanto Grandes Orientes quanto Grandes Lojas.
No Simbolismo não há concessão de Graus por comunicação. Todos os três Graus Simbólicos são transmitidos por Iniciação, a saber:
Grau de Aprendiz Maçom — Iniciação, Grau de Companheiro Maçom — Elevação e Grau de Mestre Maçom — Exaltação.
O Simbolismo é uma das fortes características da Maçonaria.
A Maçonaria sempre buscou mostrar e ensinar as suas verdades através de Símbolos que são representações gráficas de idéias ou de verdades que se queiram veladas ao leigo.
No Simbolismo a Maçonaria nos ensina a sua filosofia e nos mostra a sua moral de vida, utilizando os Símbolos de arte de construir. Assim, aparece a Régua, o Esquadro, o Compasso, a Alavanca, o Nível, o Prumo, a Trolha, o Cordel, o Lápis, a Prancha de Traçado, etc.
Nos três Graus Simbólicos, buscam o Aprendiz, o Companheiro e o Mestre Maçom construir um Templo, uma réplica do primeiro Templo de Jerusalém, que passou à História como Templo de Salomão, sinônimo de Perfeição. É a forma alegórica que tem a Maçonaria de nos dizer que o Templo a que devemos edificar é o nosso Templo Interior. E a nossa moral, o nosso caráter e a nossa personalidade. E a prática do poder da virtude e da vontade. Nós somos a Pedra Bruta que compete ao Aprendiz desbastar, ao Companheiro ajustar e ao Mestre Maçom aplicar à obra.





Grau 1: Aprendiz Maçom



O Grau de Aprendiz Maçom é o primeiro Grau da escalada hierárquica de todos os Ritos Maçônicos e o 1º Grau do Simbolismo. É através da Iniciação na Maçonaria que o indivíduo passa da condição de profano o Iniciado no Grau de Aprendiz Maçom ou comumente Maçom, apesar de que Maçom, no sentido stricto sensu, é todo aquele que foi Iniciado, Elevado e Exaltado ao sublime Grau de Mestre Maçom.

A Iniciação do Grau de Aprendiz Maçom ou a Iniciação na Maçonaria é uma Cerimônia esotérica e iniciática, ministrada através do desenrolar de um psicodrama no qual o profano é o protagonista.

Antes da Iniciação são tomadas todas as formalidades administrativas, quais sejam: a indicação, a sindicância e o escrutínio secreto, todos com as formalidades previstas na legislação e na tradição maçônica.

No Rito Escocês Antigo e Aceito a Iniciação dá-se em duas Câmaras distintas.

A primeira é a Câmara das Reflexões, na qual o candidato faz suas últimas disposições, preenche formulários, responde a alguns quesitos e principalmente medita por derradeiro e mais profundamente a respeito do ato que vai realizar.

A segunda é o Templo, no qual se reúne a Loja de Aprendiz Maçom. Representa o Universo. Tem o piso quadriculado e o teto abobadado e cravejado de estrelas. Divide-se em três terços. O primeiro é o Oriente, os dois outros, o Ocidente. Na divisão entre Oriente e Ocidente há uma cerca chamada Grade do Oriente. Junto à Porta existem duas Colunas ocas de bronze de estilo egípcio, onde se inscrevem as letras B e J.

A Loja de Aprendiz Maçom é iluminada por três lâmpadas: uma no Oriente sobre a mesa do Venerável Mestre e uma em cada uma das mesas dos Vigilantes. De acordo com o Rito praticado pela Loja, pode ser decorada na cor vermelha ou azul. Originalmente, no Rito Escocês Antigo e Aceito, era vermelha, e no Rito Moderno, azul.

Não é intenção de esta obra enveredar pelo caminho do estudo do Templo; nosso objetivo é antes dar uma idéia de cada Grau do Rito Escocês Antigo e Aceito, naquilo que ele tem de mais genérico. Lembramos que, para estudos detalhados e especializados, existem outras obras.

O Grau de Aprendiz Maçom entreabre ao recém Iniciado os mistérios a serem oferecidos pela Maçonaria no decorrer da sua hierarquia. Ensina, através da simbologia, da Filosofia, das alegorias, a moral e a universalidade da Ordem. De acordo com J. M. Ragon, "indica a passagem da barbárie para a civilização: é a primeira parte histórica da Iniciação; ele leva o Neófito à admiração e ao reconhecimento para com o Grande Arquiteto do Universo, ao estudo de si mesmo e de seus deveres para com seus semelhantes; dá a conhecer os princípios fundamentais da Maçonaria, suas leis, seus costumes, e dispõe o Neófito à filantropia, à virtude e ao estudo".

A Iniciação ao Grau de Aprendiz Maçom
O psicodrama da Iniciação dá-se através de uma passagem na Câmara das Reflexões, seguida por três viagens, dois Juramentos e duas Purificações. A passagem pela Câmara das Reflexões e mais as três viagens lembram os sete elementos alquímicos, quais sejam: a terra, o ar, a água, o fogo, o mercúrio, o sal e o enxofre. As purificações são uma ablução e uma purificação pelo fogo. Os Juramentos são realizados um com a Taça Sagrada, que é o Símbolo da vida humana, e outro sobre o Livro da Lei.

Toda Sessão de Iniciação é uma Sessão Magna e a Loja deve se apresentar impecavelmente preenchida e os Irmãos, perfeitamente enquadrados e conscientes de suas obrigações litúrgicas. Nenhum detalhe pode ser esquecido, relegado ao segundo plano ou improvisado. A Ritualística da Iniciação é explicada e é delineada em todos os detalhes e passos, dentro dos Rituais do Grau de Aprendiz de todos os Ritos. Portanto, não nos cabe aqui analisar os aspectos do Ritual, mas sim os aspectos gerais do Grau.

PALAVRA - SAGRADA -B. (força)





Grau 2: Companheiro Maçom



É o Grau intermediário do Simbolismo. Este Grau insiste no aprendizado através da simbologia, dando ênfase aos sentimentos de Solidariedade e Igualdade, para que se atinja a Fraternidade. 
O Companheiro Maçom já deve pôr em prática os conhecimentos e conceitos adquiridos como Aprendiz. Este Grau é um Grau científico e é dedicado ao intelecto.
Atinge-se o Grau de Companheiro Maçom através de uma Iniciação, cujo nome especial é Elevação.
 
Durante a Cerimônia de Elevação o Recipiendário executa cinco viagens e faz um Juramento. As quatro primeiras viagens são executadas de posse de Instrumentos de Trabalho do Aprendiz e do Companheiro Maçom.
 
Na prática, as Lojas dão pouca ou nenhuma importância ao Grau de Companheiro Maçom, transformando-o num mero interstício entre os Graus de Aprendiz e Mestre Maçom, o que é uma pena.

PALAVRA - SAGRADA - J. (estabilidade, firmeza)






Grau 3: Mestre Maçom

Trata-se do terceiro e último Grau do Simbolismo. Para muitos Irmãos, principalmente para os adeptos dos três Graus, é o coroamento final do aprendizado maçônico. Nas Potências ou Obediências Simbólicas é o Grau em que é concedida ao Iniciado a plenitude dos direitos maçônicos e obviamente a contrapartida dos deveres maçônicos.

O Grau é muito esotérico e é dedicado inteiramente ao espírito.

Neste Grau aparece pela primeira vez a pregação de uma doutrina através de uma lenda. Trata-se da Lenda de Hiram. Ei-la:


Prosseguiam os trabalhos de construção do Templo de Jerusalém, que eram dirigidos e coordenados por um triângulo composto dos seguintes personagens: Salomão, Rei de Israel; Hiram, Rei de Tiro; e Hiram Abi, artífice e especialista na arte de fundição em bronze, filho de uma viúva da tribo de Neftali.
 
Segundo suas aptidões e conhecimentos os trabalhadores eram divididos em três categorias — Aprendizes, Companheiros e Mestres, recebendo salários equivalentes aos postos. 
Quando a construção encontrava-se adiantada e prestes a acabar, alguns Companheiros, desejosos de retornar às suas pátrias, portadores da dignidade que lhes conferiria o título de Mestre, mas não tendo capacidade para adquiri-lo por seus próprios méritos, arquitetaram um plano de conseguir as Palavras de Passe, que lhes dariam a possibilidade de freqüentar a reunião dos Mestres, a Hiram Abi. 
No meio da intentona, a maioria deles desistiu, restando três maus Companheiros que estavam firmemente decididos a levar adiante o traiçoeiro plano. Eram eles: Jubelas, Jebelus e Jubelum. 
Penetraram no Templo à noite e foram ocupar, respectivamente, as portas do Sul, do Ocidente e do Oriente, onde aguardou Hiram terminar suas Orações. Hiram sai pela porta do Sul. Jubelas intercepta-o, exigindo a Palavra de Passe. Hiram nega, alegando que dois motivos o impedem de transmiti-la. Primeiro porque havia jurado que só em presença dos reis de Israel e de Tiro, além de Hiram, é que a Palavra poderia ser transmitida. Segundo, porque o Companheiro solicitante não tinha qualidades para recebê-la. Raivoso, Jubelas dá-lhe uma pancada com a Régua, cortando-lhe a garganta. 
Hiram corre para a porta do Ocidente para fugir à agressão, mas ali encontra Jubelas, que lhe faz a mesma intimação. Recebendo a mesma resposta, aplica em Hiram um golpe com a ponta do Esquadro sobre o peito. Ferido, Hiram corre para a porta do Oriente, onde Jubelum dá-lhe implacável pancada com o Maço sobre a cabeça, prostrando-o morto. 
Os três maus Companheiros escondem o corpo do Mestre e fogem. Sentidas as ausências nos trabalhos, Salomão desconfia da ocorrência e expede diligências para esclarecer as dúvidas. Os três maus Companheiros são descobertos e a conversa deles sobre o crime é ouvida, sendo os três presos e levados a Salomão, que os condena à morte, segundo sentença que eles mesmos haviam pronunciado. O Corpo do Mestre Hiram é descoberto, pois o sepulcro estava assinalado por um ramo de Acácia. 
Com Hiram Abi morto e preservando o Juramento que haviam feito, ficaram perdidas as Palavras e os Sinais de Mestre. Para solucionar o problema, Salomão determinou que as primeiras palavras a serem pronunciadas ao descobrir-se o corpo de Hiram Abi e os primeiros Sinais realizados passassem a ser os novos Sinais e Palavras de Mestre.

No simbolismo maçônico, o grau de Mestre representa o Outono da vida, estação em que o Sol termina o seu curso e morre para renascer: é a época em que o homem recolhe os frutos do seu trabalho e de seus estudos. É o emblema que indica a compreensão das lições de Moral que a vida ensina e a experiência que se alcança.

O Mestre deve ser um todo harmonioso. É a meta que deve procurar todo Maçom. É o mérito do Iniciado de ter atingido este desenvolvimento que o constitui dentro da verdade como um ser intelectual.

O Terceiro Grau maçônico: o Grau de MESTRE é o complemento necessário dos dois primeiros. Se não existisse, a cumeeira do edifício faltaria e a Maçonaria Especulativa não seria outra coisa senão uma irrisória caricatura da Maçonaria Operativa.

O Mestrado conduz a novas sínteses. O Aprendiz dedicou-se ao trabalho material do desbaste da "Pedra Bruta". O Companheiro ao trabalho intelectual que implica na realização da "Pedra Cúbica". Ao Mestre não pode ser atribuído senão o trabalho espiritual. A sua missão é derramar a luz e reunir o que está esparso.

O Mestrado não é um dom. É uma conquista. É a vitória do homem sobre si mesmo. O Mestre deve se esforçar por enxotar o velho homem, isto é, por eliminar paciente, mas definitivamente, todos os erros, as antíteses, as contradições de costumes e usos de nossa civilização, a fim de edificar sobre um terreno novo o ser superior que o colocará em comunicação com as regiões de igual natureza.

O Mestre não deve esquecer que, em sua ascensão para a espiritualidade o pensamento é uma força soberana, guiada com bom-senso e lógico. Convém ter sempre no espírito a meta de atingir e concentrar os seus desejos, os seus pensamentos e os seus atos para um mesmo ponto de vista dirigido com amor para uma ordem de coisas, mais perfeita, para as múltiplas definições do Bem, do Belo e do Verdadeiro.

O Mestre Maçom deve celebrar o companheirismo que amálgama os Irmãos pelo esquadro e pelo compasso, animados não somente pelos feitos dos nossos antepassados, mas também, pela vontade de superar obstáculos de hoje e do porvir.

Ser Mestre significa ser Mestre de si mesmo, trabalhar com inteligência e força de vontade em si mesmo, no seu próprio aperfeiçoamento, tendo sempre em mente o fato de que nada mais somos do que simples aprendizes, mesmo que nos denominemos Mestres.

Ser Mestre é aceitar que não nos pertencemos, mas à coletividade e que por isso mesmo sua inteligência e sua vontade devem estar sempre a serviço dessa coletividade.
Ser Mestre é acender luzes pelo caminho por que passa luzes de amizade e sabedoria, de bondade e justiça, de harmonia e compreensão, de solidariedade e fraternidade.
Ser Mestre é não se considerar juiz dos defeitos e erros dos outros, mas saber compreender e perdoar.

Ser Mestre é saber aceitar um conselho, para ser ajudado.
Ser Mestre é retribuir com ternura aos que o odeiam.
Ser Mestre é ser perfeito nas mínimas realizações.

PALAVRA - SAGRADA - M. (derivação de Moabita)
PASSE - TUB. (trabalhador de pedra)
NOME DO MESTRE - GABAON (derivação de Gabaonita)

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Um dos Princípios do Caminho Óctuplo de Buda era:
Palavra Correta.