16/12/2017

A Escola de Pitágoras - Graus e Ensinamentos




O símbolo da escola pitagórica era a estrela
de cinco pontas (ou estrela pentagonal).


Pitágoras foi um grande reformador, um grande espírito, que tentou estabelecer uma nova ordem, inspirando-se nas leis imutáveis da Natureza. Atribui-se a ele a frase: viver segundo a Natureza é viver segundo os deuses. Os pitagóricos não distinguem forma, lei, e substância, considerando o número o elo entre estes elementos. Para esta escola existiam quatro elementos: terra, água, ar e fogo.
Assim, Pitágoras e os pitagóricos investigaram as relações matemáticas e descobriram vários fundamentos da física e da matemática.






Sua vida

Pitágoras nasceu por volta de 590 a.C.. em Sidon na Fenícia. Com cerca de 17 anos partiu para conhecer os países tidos na antiguidade como os mais avançados nas ciências. Foi ao Egito, onde permaneceu por cerca de 20 anos com sacerdotes de um verdadeiro colégio de sábios. Numa das invasões persas, Pitágoras, junto com uma parte do colégio sacerdotal, foi levado para a cidade da Babilônia. Permaneceu nesta linda cidade dos Caldeus por 12 anos estudando novas ciências e adquirindo grandes conhecimentos em astronomia e matemática.Voltou para sua terra sonhando com um tipo de revolução diferente daquelas que são obras de paixões e que são promovidas por pessoas embrutecidas por regimes de crueldade e servidão. Segundo seu pensamento, a ordem social estável e frutífera só podia ser adquirida quando inspirada na natureza. Ele livrou a Ciência Vital dos mitos criados pelos sacerdotes egípcios,pois achava mais correto instruir que enganar os homens. 
A dificuldade para conhecer a essência do pensamento pitagórico esta no fato de não haver material escrito pelo próprio Filósofo.




A Escola

Pitágoras decidiu criar uma escola onde somente homens e mulheres escolhidos por suas inteligências e virtudes poderiam estudar. Fundou o Instituto Pitagórico na região meridional da Itália, nos arredores de Cróton, onde havia um Museu que era um templo para estudos doutrinários; moradias e dependências destinadas a exercícios, jogos e artes. Chegou a contar, segundo Porfírio, com mais de 2 mil alunos, que haviam renunciado à vida convencional e rotineira para aproveitar as lições do divino mestre. A escola de Pitágoras que era aristocrática, chegou a tentar também uma ação política e com isso excitou a malevolência dos profanos.
Nas escolas de Pitágoras entrava-se para ser filósofo e estudar em busca da sabedoria pelo resto da vida. As escolas eram rigorosíssimas, selecionavam os candidatos a serem admitidos e durante os primeiros anos os alunos eram obrigados ao silêncio completo apenas ouvindo e meditando na doutrina exposta pelos professores. Havia a obrigação de observar o celibato e depois de alguns anos todos os participantes da escola colocavam os seus bens em comum.  


As doutrinas ensinadas por Pitágoras são as seguintes:
1. – Em primeiro lugar, e acima de tudo, estava a crença de Pitágoras na existência da alma. Ele também acreditava na transmigração das almas dos indivíduos, mesmo entre diferentes espécies. Esta transmigração poderia ocorrer em seres mais ou menos evoluídos. Se um indivíduo tivesse uma vida virtuosa, o seu espírito poderia inclusive se libertar da carne, isto é, deixaria de reencarnar. Este conceito filosófico foi atribuído a Pitágoras por Platão, em sua obra Fédon (que relata os momentos que antecederam a morte de Sócrates pela ingestão de cicuta). Não se pode deixar de ressaltar a importância deste conceito na história das religiões.
2. – Levar uma vida virtuosa consistia em obedecer a certos preceitos, muitos deles vistos hoje como tabus primitivos, como, por exemplo, não comer feijão ou não remexer no fogo com um pedaço de ferro. Estritamente morais eram as três perguntas que cada um devia se fazer ao final do dia, e que eram: Em que é que eu falhei hoje? O que de bom eu deveria ter feito hoje? O que é que eu não fiz hoje e deveria ter feito? Um dos principais meios externos que ajudavam a purificar o espírito era a música.
3. – A fascinação da Escola pelos números deve-se ao seu fundador. A maior descoberta de Pitágoras foi a dependência dos intervalos musicais de certas razões aritméticas existentes entre cordas de comprimentos diferentes, igualmente esticadas. Por exemplo, uma corda com o dobro do comprimento de outra emite a mesma nota musical, mas uma oitava acima, isto é, mais aguda.

No pórtico da escola, que só podia ser atravessado pelo mérito, estava escrito: Para trás, profanos.




AS Provas

  • A Prova da Coragem: Os pitagóricos espalhavam rumores pelos arredores de Crotona, eles diziam que havia uma caverna amaldiçoada ali por perto, onde durante a noite apareciam animais ferozes e assustadores. O candidato era então convidado a permanecer uma noite inteira dentro daquela caverna, totalmente sozinho em meio à escuridão. Na realidade não existia nenhum animal feroz por ali, aquilo era apenas um teste que botava a prova à coragem do candidato.
  • A Prova do Conhecimento: O candidato era levado até Pitágoras, e através de uma conversa, ele era avaliado. O mestre Pitágoras determinava se o candidato tinha suficiente entendimento, discernimento, conhecimento, intelecto e estrutura para entender os ensinamentos que lhe seriam proporcionados e ministrados caso fosse aceito.
  •  A Prova da Virtude: Um pitagórico disfarçado de pedinte, todo maltrapilho e sujo, ia até a casa do candidato e lhe pedia pão e água, se caso lhe fosse negado, o candidato nunca seria um membro da escola de mistérios.

Os candidatos eram submetidos a provas difíceis. Durante a primeira fase os jovens eram objeto de intensa observação por parte dos mestres no que se referia a suas atitudes e suas palavras para então passar por provas definitivas. Para se ter uma ideia do tipo de provas devemos observar o exemplo dado por Shuré, o autor que melhor traduziu o espírito pitagórico: fazia-se o aspirante passar uma noite em uma caverna escura, onde diziam haver monstros e fantasmas e somente aqueles que suportavam esta prova podiam continuar. A prova moral era mais séria. Bruscamente, sem preparação, colocavam o neófito, pela manhã, em uma cela com uma prancheta e ordenavam que buscasse o sentido de um dos símbolos pitagóricos, como por exemplo o triângulo inscrito no círculo. Lá ele era mantido por 12 horas com sua prancheta, um frasco de água e um pedaço de pão. Depois, era levado para uma sala com vários discípulos e mestres reunidos e era submetido a brincadeiras e gozações. Confuso e esfomeado, o candidato ouvia coisas como: "aqui está o novo filósofo. Que semblante mais inspirado! Vamos, conte-nos suas conclusões. Não nos oculte o que descobriu. Será desta forma que meditarás sobre todos os símbolos e quando tiverdes passado um mês sob este regime te tomarás um grande sábio". Durante todo o tempo o mestre observava atentamente a atitude e a fisionomia do jovem, que devia, para continuar na escola, suportar as provocações respondendo-as com palavras justas e com humildade. Havia aqueles que choravam, os que se comportavam cinicamente e ainda os que quebravam as pranchetas e ofendiam os presentes. Estes, por não suportarem esta prova, eram despedidos da escola e às vezes tornavam-se inimigos ferozes da ordem, como Cylon, que será citado mais adiante. Esta prova era sempre realizada, porque Pitágoras achava que o homem orgulhoso era um fator de perturbação e discórdia, incapaz de progredir no caminho da perfeição.Uma vez admitido na ordem o novo adepto devia usar uma túnica de linho branco, abster-se de comer carne, mesmo de aves e peixes, e do uso de bebidas fermentadas. Passava então a estudar matemática, cosmogonia, biologia, astronomia, música e a realizar exercícios físicos, tudo com a finalidade de conhecer e aplicar as leis harmônicas que regem o Universo e compreender, assim, sua ligação com Deus.

Para Pitágoras Deus é o Cosmos, portanto o homem é semelhante ao Cosmos.Além disso, os mestres pregavam à seus alunos a fraternidade, a tolerância e a razão. Perdoemos com antecipação, diziam, aos que tenham intenção de nos ultrajar. O homem iluminado não pode ter ressentimento contra o bastão do cego que o toca. A modéstia era fundamental, tanto que Pitágoras intitulava-se filósofo (amigo da sabedoria) e não sábio, título que, para ele, só caberia a Deus.




Os Graus e Ensinamentos 

Os Acústicos: No primeiro Grau os adeptos deveriam ficar completamente calados, somente ouvindo as palavras de seu mestre e os sons da natureza, sem dizerem nada, vivendo por um longo período de silêncio.


 Os Matemáticos: No Segundo Grau realizavam profundos estudos matemáticos.

Os Físicos: Diferente do sentido de física dos dias atuais, é a física que vem de “fisis”, significando natureza, sendo assim os físicos estudavam toda a natureza, expandindo os seus conhecimentos em todas as áreas e faculdades mentais e intelectuais, para ter uma visão melhor da sociedade, do mundo e da espiritualidade. Este grau se equivale ao grau de mestre maçom.



O ensinamento pitagórico era feito em duas fases, divididas em 4 graus:
Preparação;
Purificação;
Perfeição;
e Epifania ou Iluminação Interior.

No início os alunos eram submetidos à lei do silêncio e ficavam sem fazer perguntas por longo tempo, quando então eram convidados a expor livremente suas ideias, suas opiniões, suas dúvidas e suas experiências. Aqueles considerados capazes eram admitidos, somente então, nos estudos posteriores. Eventualmente, neófitos brilhantes, do ponto de vista de conhecimento e virtudes, eram admitidos diretamente nos estudos superiores. Somente neste estágio é que passavam a ter contato direto com Pitágoras.

Os pitagóricos dividiam os assuntos matemáticos em quatro seções: os números absolutos ou a Aritmética; os números aplicados ou a Música; as grandezas no estado de repouso ou a geometria; as grandezas em movimento ou a Astronomia. Esse quadrivium foi durante muito tempo considerado como constituindo um curso mínimo para uma instrução liberal.

O dia do pitagórico ordenava-se da seguinte forma: ao sair o sol, os discípulos mais jovens cantavam hinos à natureza. Eram realizadas danças lentas acompanhadas por acordes de lira, com caráter sagrado. Depois se seguiam as abluções e os estudos. Ao meio dia a comida, que era composta de pão, figos, azeitonas e mel. Durante à tarde, consagravam suas horas de ócio a passeios, que favoreciam a meditação sobre estudos da manhã. Depois o banho, para repousar o corpo das fadigas. 
Pitágoras dizia: a sabedoria ensina que convém pelo menos três pessoas nos passei-os, não mais de dez à mesa e somente uma ao banho. 
O respeito à vida era fundamental, não se permitindo nem a caça e nem a pesca. Transcorrido o dia, quando o sol escondia-se no horizonte, iniciavam outros cânticos, agora em homenagem aos mortos e, depois de uma ceia ligeira, reuniam-se para escutar uma leitura que era comentada por um dos discípulos mais velhos. Aos chamados iniciados só era permitido ter poucos filhos, pois segundo o mestre, o homem que possui família numerosa não consegue cuidar de seu desenvolvimento espiritual e dos filhos ao mesmo tempo. Pitágoras ensinava que a saúde é uma condição essencial, pois sem ela não há serenidade de espírito. A filosofia, dizia, consiste no equilíbrio dos humores da alma e na harmonia dos movimentos do corpo. O sentido profundo da filosofia pitagórica tinha como ideia essencial que Deus é todo harmonia e que a finalidade suprema do homem é imitar a Deus. Por isso, dizia Pitágoras: a sociedade humana, que também constitui uma unidade, deve ser como uma imagem do Universo, um organismo harmonioso. Estes princípios de harmonia e de ordem Pitágoras procurou implantar na constituição do Estado, através de uma assembleia arbitral constituída por cidadãos iniciados por ele. Dizia que não podendo ter deuses por legisladores, recorram pelo menos aos sábios. Segundo o filósofo é muito frágil a ordem em uma nação dirigida por cidadãos dominados por suas paixões egoístas. Ele julgava que a maioria dos homens não sabe guiar-se pelos ditames do bom sentido e, por isso, necessitam de um guia. No entanto, ele não almejava obter aquela obediência passiva e resignada, que mantém o embrutecimento dos povos, mas sim uma disciplina consentida. Pitágoras mesmo dizia que mais valia ser touro por um dia que ser boi a vida toda.

 

Os pitagóricos comemoram o nascer do sol







Fontes:
http://escolapitagorica.blogspot.com.br/2007/10/escola-pitagrica.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pit%C3%A1goras
http://secretsbacb.blogspot.com.br/2013/12/a-sociedade-secreta-de-pitagoras.html

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Um dos Princípios do Caminho Óctuplo de Buda era:
Palavra Correta.