Os alquimistas tentavam
produzir em laboratório a pedra filosofal (ou mercúrio dos filósofos, entre
muitos outros nomes) a partir de matéria-prima mais grosseira. Com esta pedra
seria possível obter a transmutação dos metais e o Elixir da Longa Vida, que é
capaz de prolongar a vida indefinidamente. O trabalho relacionado com a pedra
filosofal era chamado por eles de "A Grande Obra".
Considera-se que o
trabalho de laboratório dos alquimistas medievais com os "metais"
era, na verdade, uma metáfora para a verdadeira natureza espiritual da
alquimia. Assim, a transformação dos metais em ouro pode ser interpretada como
uma transformação de si próprio, de um estado inferior para um estado
espiritual superior.
A pedra filosofal poderia
não só efetuar a transmutação, mas também elaborar o Elixir da Longa Vida, uma
panacéia universal, que prolongaria a vida indefinidamente. Isto demonstra as
preocupações dos alquimistas com a saúde e a medicina. Vários alquimistas são
considerados precursores da moderna medicina, e entre eles destaca-se
Paracelso.
A busca pela pedra
filosofal é, em certo sentido, semelhante a busca pelo Santo Graal das lendas
arturianas. Em seu romance "Parsifal", escrito entre os anos de 1210
e 1220, Wolfram von Eschenbach associa o Santo Graal não a um cálice, mas a uma
pedra que teria sido enviada dos céus por seres celestiais e teria poderes
inimagináveis. Também na cultura islâmica desempenha papel importante uma
pedra, chamada Hajar el Aswad, que é guardada dentro de uma construção chamada
de Kaaba, considerada sagrada, e que é cultuada em Meca.
Trabalhando a Pedra Filosofal |
O Processo Alquímico
O processo alquímico é o
principal trabalho dos alquimistas (frequentemente chamado de "A Grande
Obra"). Trata-se da manipulação dos metais, e da fabricação da pedra
filosofal. As matérias-primas do processo alquímico são, entre outros, o
orvalho, o sal, o mercúrio e o enxofre. De um modo geral, o processo alquímico
é descrito de forma velada usando-se uma complicada simbologia que inclui
símbolos astrológicos, animais e figuras enigmáticas.
O orvalho é utilizado para
umedecer ou banhar a matéria-prima. O sal é o dissolvente universal. Os outros
dois elementos, mercúrio e enxofre são as principais matérias-primas da
alquimia. O enxofre é o princípio fixo, ativo, masculino, que representa as
propriedades de combustão e corrosão dos metais. O mercúrio é o princípio
volátil, passivo, feminino, inerte. Ambos, combinados, formam o que os
alquimistas descrevem como o "coito do Rei e da Rainha".
O sal, também conhecido
por arsênico, é o meio de ligação entre o mercúrio e o enxofre, muitas vezes
associado à energia vital, que une corpo e alma.
A linguagem dos textos
alquímicos com freqüência faz uso de imagens sexuais. E não é muito incomum que
a ligação de elementos seja comparada a um "coito". Normalmente este
casamento é associado à morte, e é representado, com freqüência, ocorrendo
dentro de um sarcófago.
Enquanto a união de ambos
os elementos é representada por um "casamento" ou "coito",
o combate entre o enxofre e o mercúrio, entre o fixo e o volátil, entre o
masculino e o feminino é comumente representado pela luta entre o dragão alado
e o dragão áptero.
Também é muito freqüente o
uso de símbolos da astrologia na linguagem alquímica. Associam-se os planetas
da astrologia com os elementos da seguinte forma:
- O SOL com o ouro
- A Lua com a prata
- Mercúrio com mercúrio
- Vênus com o cobre
- Marte com o ferro
- Júpiter com estanho
- Saturno com chumbo
Animais são usados pelos
alquimistas para descrever o processo alquímico e os elementos envolvidos nele.
Os antigos tinham como quatro os principais elementos, terra, água, ar e fogo,
de forma que todos os outros poderiam ser obtidos pela combinação destes, em
diferentes proporções. Normalmente, o unicórnio ou o veado é usado para
representar o elemento terra, o peixe para representar a água, pássaros para o
ar, e a salamandra o fogo. O sal é normalmente representado pelo leão verde. O
corvo simboliza a fase de putrefação do processo (associada ao calor e ao
fogo), que assume uma cor escura. Enquanto que um tonel de vinho representa a
fermentação, fase muito freqüentemente citada pelos alquimistas no processo
alquímico.
O trabalho alquímico está
fundamentado em certos caminhos que devem ser seguidos. Na alquimia existem
dois caminhos principais: a via úmida (pois trabalha com o orvalho) e a via
seca. A via úmida é considerada um processo lento, mas que oferece menos
riscos.
Fonte:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Um dos Princípios do Caminho Óctuplo de Buda era:
Palavra Correta.